Catequista: Aquele que guarda e nutre a                                          memória de Deus”

 A grande missão da Igreja é evangelizar e a evangelização passa pela vida, testemunho e o anúncio de Jesus e seu Projeto de vida. Quero iniciar trazendo o diálogo do etíope com Filipe em Atos 8, 31 “… como poderei entender, se alguém não me ensinar”? Desde as primeiras comunidades cristãs o discipulado é condição indispensável, essencial, para a vivência da fé e consequentemente da missionariedade. E para viver a fé é preciso que alguém faça ecoar a Palavra de Deus, esse fazer “ecoar” é missão de todo batizado.

A palavra ministério dentro da teologia da evangelização vem sendo definida como um carisma um serviço reconhecido pela Igreja. O serviço é o “ser-para-os-outros”, dado pela Igreja e sempre em função da comunidade. A Igreja a partir do Concílio Vaticano II desvela a face ministerial, este é assumido no batismo a partir dele em favor de.

É impossível pensar o Cristão distante do serviço ao outro, é impossível pensar a Igreja fechada em si, ela recebeu de Cristo na força do Espírito o dom da comunhão e do serviço à vida em todas as suas dimensões. Trago como pano de fundo a comunidade cristã em sua gênese, onde Jesus revela uma face serviçal, Ele coloca o avental do serviço e convida os discípulos a fazerem o mesmo (Jo 13, 14ss).

 O que é o ministério de catequista senão um convite a colocar o avental do serviço para evangelizar e catequizar, através do testemunho e da Palavra vivida e anunciada? O ministério da catequese traz algumas características fundamentais em seu exercício; é um serviço único, que gera uma profunda comunhão eclesial; esta comunhão deve acontecer entre os leigos, leigas, religiosos, religiosas, sacerdotes, diácono e o bispo, todos chamados e enviados em nome da Igreja e com a Igreja em sua diversidade de dons e carismas (1 Cor 12, 4-11).

Em Mateus 28, 19-20 Jesus dá aos discípulos a missão de fazer novos discípulos, é essa a missão do catequista e a missão da catequese, e o Espírito Santo continua suscitando e enviando cooperadores para essa tríplice missão (cf CD 14). O Papa Francisco se dirige ao catequista como “aquele que guarda e nutre a memória de Deus; ele o guarda em si para despertá-lo nos outros”. 

 A Igreja no Brasil vem fazendo um belo caminho catequético resgatando o sentido eclesial e ministerial daquele e daquela que pela sua vida guarda a memória de Deus e o testemunha e anuncia ao outro. O Papa Francisco foi muito feliz e ousado ao escrever a Carta Apostólica em Forma de Moto Proprio, pela qual ele institui o Ministério de Catequista, ele oficializa essa missão que ao longo da história existe e hoje dentro de uma Igreja sinodal ganha um novo rosto e uma nova roupagem.

Que nós catequistas tenhamos os olhos fixos em Jesus e nas primeiras comunidades cristãs, alicerces da nossa fé. Oxalá que todo catequista tome consciência e ame cada vez mais esse ministério que continuamente faz discípulos missionários. Louvo e agradeço a Deus pela caminhada sinodal de nossa Igreja que sustentada por tantos ministérios continua vivendo o mandato de Jesus “Ide fazei discípulos”.

Ir Luciana Márcia da Silva, mnsg

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