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Abertura do Centenário da Ir. Rosa da Silveira Costa

“Dai graças ao Senhor, porque ele é bom (Sl 117), Ele confirmou sobre nós a sua misericórdia, e a sua fidelidade permanece para sempre (cf. Sl 116)”.

Do amor generoso e incondicional de Deus, no dia 18 de janeiro de 1923, em São Francisco do Glória (MG), nasceu Rosa da Silveira Costa. De família cristã e educada na fé por seus avós, acolheu o chamado divino para colocar-se a serviço do Reino. A atração pela vida religiosa consagrada inquietava-a, mas ela não encontrava uma congregação que correspondesse ao seu desejo e, também, ela não tinha coragem de deixar a sua família. Enquanto buscava discernir a vontade de Deus, em meio a lutas e sofrimentos interiores, ela dedicava-se a serviço da evangelização em sua paróquia, auxiliando o pároco nas atividades de várias associações paroquiais. Em 1946, Pe. Bruno Konrad List chega em São Francisco do Glória. No exercício de seu ministério, viu-se diante de muitas necessidades pastorais em sua nova paróquia.

Preocupado com um apostolado missionário que atendesse a essas necessidades, ele pediu ajuda ao bispo diocesano e à uma congregação religiosa, recebendo resposta negativa de ambos. Então aconselhou-se com seu amigo e diretor espiritual, Pe. Antônio Pinto, que o orientou a colocar-se em oração pedindo a Deus, por intercessão de Nossa Senhora das Graças, uma solução para conseguir irmãs missionárias. Como resposta às suas preces, Pe. Bruno sentiu-se inspirado a fundar o Instituto Nossa Senhora das Graças para dedicar-se à catequese e às obras sociais tão necessárias à paróquia de São Francisco do Glória. Rosa é uma das jovens escolhidas e chamadas por ele para iniciar o seu projeto. Nesta decisão ousada, Rosa encontra a resposta para a sua busca vocacional. Deus chamava-a não apenas para ser religiosa, mas também para cuidar da espiritualidade e do carisma gracianos. Pe. Bruno confiou-lhe a direção do Instituto e o cuidado para com as Irmãs. Ele mesmo qualificou-a como co-fundadora do Instituto Nossa Senhora das Graças. Foi a primeira graciana a emitir os votos religiosos no dia 18 de janeiro de 1950, na presença de Jesus no Santíssimo Sacramento.

Diante da exigência de ruptura entre o Instituto e seu fundador, Pe. Bruno, por parte de autoridades eclesiásticas, Irmã Rosa assumiu toda a responsabilidade por seus membros e suas obras. Ela perseverou com fidelidade e generosidade no cuidado do Instituto Nossa Senhora das Graças, dom do Espírito Santo à Igreja, para que ele pudesse permanecer vivo e atuante.  “Que o espírito graciano reine em nossa comunidade, é o meu único ideal e maior desejo”. O sim correspondido à Deus e à Igreja, fez de sua vida uma oblação, um martírio, ou seja, o testemunho de uma fé madura e verdadeira, de uma vida de profunda união com Deus, marcada por muitos sofrimentos e de renúncia a si mesma pela santificação dos leigos e leigas e dos ministros ordenados, e pelo bem das Irmãs Gracianas. “Meu desejo é ser santa e santificar o mundo, mas para isso invoco o Espírito Santo que me faça humilde e obediente, porque só assim conseguirei o céu”.

Pelo testemunho de sua vida religiosa consagrada dedicada ao carisma graciano, sabemos que nossa querida e amada co-fundadora, Irmã Rosa, nossa mãe espiritual, foi uma pessoa de profunda fé, viveu intensamente o amor sendo capaz de sofrer o martírio cotidiano diante das incompreensões humanas, das dúvidas pessoais, da doença, da exigência do Bispo de romper com o fundador Pe. Bruno, do silêncio de Deus que parecia dormir diante de seus sofrimentos. Ela escreveu: “Jesus parece dormir na barca de minha vida, eu chamo-o, desde muito tempo e Ele continua a dormir, cheguei a um ponto que é preciso que Ele acorde para me acudir. Que eu preciso fazer para que eu seja socorrida?”

(Familiares da Ir. Rosa)

Quando o sofrimento é compreendido como vocação oblativa, de entrega amorosa e por causa da fidelidade ao projeto do Pai, a exemplo do Mestre Jesus, a alegria cristã habita o ser da pessoa. Por isso, mesmo tendo uma vida marcada por muitos sofrimentos, Irmã Rosa vivia a alegria da graça vocacional. “Como me sinto feliz em estar na vida religiosa e de servir a Deus e trabalhar para a sua honra e glória, eis a minha grande alegria”. Nos anos finais de sua vida, acometida pelas dores horríveis do câncer, permaneceu fiel à sua vocação religiosa e à promessa de cuidar do Instituto, pois a sua meta era fazer a vontade de Deus. “Divino Espírito Santo, o meu único desejo é fazer a vontade de Deus nas consolações e nos sofrimentos”. Tendo cumprindo sua missão na terra, celebrou sua páscoa para a vida eterna no dia 28 de abril de 1991.

Portanto, com profunda alegria e gratidão a Deus pela vida da Irmã Rosa da Silveira Costa e por tudo o que ela significa para o Instituto Nossa Senhora das Graças e para o Reino de Deus, jubilosamente, declaro aberto o Ano Centenário de seu nascimento: 28 de janeiro de 2023 a 28 de janeiro de 2024, cujo lema é: “O amor jamais passará” (1Cor 13, 8).

Setuagésimo sexto aniversário de fundação do Instituto Nossa Senhora das Graças

Caratinga, 28 de janeiro de 2023

Ir. Antônia da Consolação da Silva

Superiora Geral do Instituto Nossa Senhora das Graças

Por Maria tudo ao Salvador!