Jesus e a Samaritana no poço de Jacó, um encontro que gera vida!

Ela havia passado por experiências amorosas frustrantes.

Tinha tido cinco “amores”, mas não conhecia o AMOR, pois nunca tinha sido amada.

Uma mulher marcada pelo preconceito, julgada pelos olhares, e provavelmente vista apenas como objeto de prazer.

Atendendo mais do que um apelo do corpo, mas também uma necessidade da alma, ao sol escaldante do meio dia, se dirige ao poço de Jacó em busca de água, símbolo de purificação, restauração e vida.

Naquele poço alguém estava a lhe esperar, alguém que propositalmente tinha definido aquele local e aquele horário para encontra-la, uma vez que estava perdida.

Um encontro que mudaria definitivamente os rumos de sua história, que deixaria marcas profundas na sua existência, um encontro de almas, um encontro de amor, um encontro que gera vida.

JESUS um judeu até então desconhecido naquela região, com olhar penetrante e voz suave dirige a palavra àquela mulher, quebrando assim a barreira cultural que dividia Judeus e Samaritanos.

Com um simples gesto o Nazareno dissipa rivalidades, une corações, reduz distancias, e, como médico dos médicos inicia um processo de cura interior.

De um lado um coração doente e com marcas tão profundas como o poço que ali estava, do outro, um coração manso e humilde, um manancial de rios de água viva.

Ele toma a iniciativa.

Aquele que pode suprir todas as necessidades se colocar como necessitado, ELE que é a fonte de água viva pede água para matar sua sede, quanto contraste presente naquela cena, um Deus tão grande que se inclina e se faz pequeno para assemelhar-se aos seus, sentir as suas dores, assumir suas fraquezas, mas também curar, restaurar, divinizar o humano.

A mulher samaritana questiona o pedido feito pelo Judeu e justifica sua recusa dizendo que não tem como tirar a água, pois o poço é fundo.

De fato, para quem sempre viveu na superficialidade é difícil mergulhar em águas profundas, até porque dói, machuca. No entanto, quem pedia água àquela mulher estava imerso em águas profundas e desejoso em dar-lhe de beber.

Sem qualquer compreensão do que estava acontecendo replicou a mulher, dai-me então dessa água para que não precise mais vir aqui para tirá-la, era só o que faltava para que a água fosse derramada em abundância, que o coração se abrisse.

Ora, esse mesmo JESUS que tinha dito outrora: “Vinde a mim, vós todos que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos e eu vos dareis descanso”. (Mt.11,28), não poderia deixar de cumprir sua missão, e amenizar a fadiga daquela pobre criatura com a água viva do Espírito, revesti-la com a força do alto, colocar um anel em seu dedo e uma sandália em seus pés.

Dia de sorte para aquela Samaritana. A felicidade enfim bateu em sua porta, jamais àquela mulher tinha passado uma experiência tão marcante, foi acolhida sem sequer ser abraçada, foi amada, sem sequer ser beijada, foi tocada sem contato físico qualquer, apenas um olhar, uma fala serena, um sorriso sincero e um dialogam amoroso foram capazes de transformar definitivamente sua vida, tudo o que Ela sempre buscou estava ali, na beira do poço de Jacó.

Enfim Ela volta para casa realizada, encontrou-se com a água da vida, saciou sua sede e curou suas feridas, dizem que nunca mais se viu essa mulher novamente naquele poço.

Sejamos nós esse olhar que acolhe o sorriso que abraça e o canal de acesso desse manancial de água viva para tantos irmãos e irmãs que padecem no sol escaldante do meio dia.

Que o senhor assim nos ajude!

Armando Gouvea, futuro Diácono permanente da Igreja.