ONDE NÓS ESTAMOS

” Nossa missão é infinita, não podemos contentar com o pouco realizado.” Padre Bruno

Aos dias vinte e um de junho do ano de dois mil e três, as irmãs Missionárias de Nossa Senhora das Graças saíram de Caratinga Minas Gerais com destino ao Distrito de São Domingos do Guaporé, Paróquia do Divino Espírito Santo, cidade de Costa Marques – Rondônia, com a finalidade de fundar uma Comunidade religiosa para atender uma pequena porção do povo de Deus carente de padre e religiosa. A pedido de dom Geraldo Verdie que veio da França para o Brasil para a diocese de Guajará-Mirim, e a acolhida calorosa do Padre João Picard, que residia em Costa Marques, deu por fundada a Comunidade Jesus, Maria e José, com as primeiras Irmãs Missionárias Gracianas a pisarem no chão da Amazônia: Irmã Elaine Alves, Irmã Aparecida Maria Alves e Irmã Dalva Aparecida Narciso.

 Foram acompanhadas pela Irmã Maria Auxiliadora Cruz, que com elas permaneceu por alguns dias ajudando na organização da casa. A superiora geral Irmã Maria das Graças Gonçalves as acompanhou até Belo Horizonte cuidando dos pormenores da viagem. Irmã Aparecida Santiago (Ir Gabriela), Coordenadora do Asilo Monsenhor Rocha cedeu a Kombi e o motorista para levar as Irmãs até Belo Horizonte. Irmã Maria das Dores Altera cuidou bem da saúde das irmãs antes de vir para missão em Rondônia. Elas saíram de Caratinga às 08h40min e chegaram a Belo Horizonte às 14h. Pernoitaram na comunidade graciana Irmã Rosa da Silveira Costa. Irmã Maria Aparecida Pereira e a Comunidade prepararam tudo com todo zelo para receber as Irmãs. No dia seguinte as três Irmãs e a Irmã Maria Auxiliadora embarcaram às 09h no ônibus da empresa Gontijo para Rondônia. A viagem durou 62 (sessenta e duas) horas até Médici, e para São Domingos mais 14 (quatorze) horas numa estrada sem asfalto. Elas foram recebidas com muito carinho por todos. No momento da Celebração Eucarística Padre João apresentou as irmãs à comunidade. Todos os dias alguém levava alguma coisa para as irmãs como muda de plantas, alimentos, vasilhas e outros. No dia seguinte Padre João fez uma reunião com as irmãs agendando os trabalhos do mês de julho. Fez o convite às irmãs para participarem do retiro anual da Diocese de Guajará-Mirim nos dias 21(vinte um) a 25 (vinte cinco) de julho. Dia 26 (vinte e seis), Padre João tomou o primeiro café matinal na casa das religiosas. A casa estava inacabada, mas muito aconchegante. Dom Geraldo estava muito contente em ter as Irmãs missionárias de Nossa Senhora das Graças em sua diocese, e poder contar com elas no campo da missão. A falta de padres era muito grande, e o povo estava precisando de pessoas como as irmãs para somar forças com eles. Na região o povo vivia da madeira, segundo o que se fala, existiam 86 (oitenta e seis) serrarias no local. As primeiras irmãs que passaram na comunidade foram pioneiras nesta realidade da missão. O Trabalho era muito simples mais muito gratificante. Pessoas com sacramentos era o mínimo do mínimo. As escolas eram foco para prostituição. As crianças, jovens e adultos sem conhecimento de religião. Dom Geraldo pediu que a Irmã Elaine trabalhasse também na escola para ajudar um pouco a juventude. Foi muito gratificante também a presença das Irmãs na educação. Tudo era difícil para desenvolver um trabalho pastoral principalmente à noite devido a energia elétrica que na época não existia. As Irmãs saiam para os trabalhos pastorais levando lanternas para auxiliar na trajetória. Muitas outras irmãs residiram em São Domingos contribuindo com a missão na comunidade. Além das três que chegaram primeiro, a comunidade Jesus Maria e José pôde contar com a presença das noviças Maria Inês Cardoso, Imaculada Conceição Batista (que retornaram após os primeiros votos) e irmãs Luciene de Souza Sá, Irmã Maildes Dominicano Rodrigues, Irmã Geni Martins de Castro, Irmã Maria das Graças Souza, Irmã Zeli Garcia Dutra, Irmã Luana Macedo, Irmã Maria Aparecida Teixeira, Irmã Maria José Ribeiro Fidélis, Irmã Cleide Maria dos Santos e Irmã Maria Aparecida Mendes. As irmãs também acolheram para uma experiência vocacional na comunidade, Patrícia Gouveia, Lilia Assistiri Roger e Mariza Monastério da Silva. Assim foi acontecendo a história da missão no chão da Amazônia.

Sempre com escassez de sacerdotes para atender o povo. As Irmãs estavam junto ao povo fazendo visitas às famílias, trabalhando grupo de reflexão, Catequese, juventude, pastoral familiar, liturgia e assistência às comunidades rurais e outros.  Atendiam também duas comunidades extrativistas, (Rio Cautário) que ao longo tempo lutavam para construir uma capela. Eles se reuniam nas casas das famílias para a celebração. Depois de algum tempo, graças ao empenho do padre e das irmãs e alguns membros da comunidade, o sonho de ter uma capela no local foi realizado. O povo que habita o local, ainda hoje, vive do que colhe, da caça e da pesca. Atualmente há apenas uma comunidade católica nesta região extrativista. Quando eram duas Comunidades, as irmãs só conseguiam chegar lá somente no período da seca, porque no tempo da chuva era grande a concentração de água nas estradas. Andavam 23 (vinte e três) quilômetros dentro da mata. Tudo era feito com muita alegria.

Em 2013, a pequena comunidade foi elevada a Paróquia, constituída por 9 (nove) comunidades. Nestas comunidades as irmãs foram conhecendo todas as famílias indo de casa em casa visitando e rezando. São muitas experiências vivenciadas na missão em São Domingos – RO.  Haviam muitos desafios e ainda há, mas a graça de Deus é maior e certamente ajuda a superá-los e ir ao encontro dos mais pobres e desmotivados com a própria vida.   Esta é a razão maior que inquieta o coração das gracianas, de se consumir cada vez mais com coragem e alegria na missão que Deus as confiou, neste chão amazônico. A nossa maior alegria, como consagrada, é saber que podemos fazer o bem a muitas pessoas, vivendo a fraternidade sendo amigas e companheiras na missão que nos foi confiada, sendo um evangelho vivo na vida das pessoas e na comunidade.

Atualmente, a missão em São Domingos do Guaporé continua somando 20 (vinte) anos de presença. A comunidade Jesus, Maria e José é composta por duas irmãs: Irmã Maria de Lourdes da Silva Custódio e Irmã Juliana Brum Barbosa que prosseguem com os trabalhos missionários motivadas a viver o projeto de Deus em uma Igreja sinodal.

Comunidade Jesus Maria e José

São Domingos Rondônia